UMA HISTÓRIA DE DESAPEGO
Meu pai, Luiz Pereira, conhecido como Lulu, era uma pessoa muito caridosa. Sempre aos domingos, visitava a Capela do Socorro e distribuía a cada velhinho uma pequena esmola. Em seguida levava alguns mantimentos para o Abrigo dos Idosos, na Rua São José. Abraçava um, conversava com outro, e após às visitas aos aposentos dos idosos, sentava no refeitório e ficava arrodeado deles, para que contassem suas histórias. E nesse ritual dominical eu gostava de acompanhá-lo. Algumas vezes me entristecia, vendo-os deitados, mal falando e, com ferimentos abertos e alguns, cegos, necessitando da ajuda dos outros. Mas, não posso lamentar, foi um grande aprendizado para mim. Dessa maneira, não foi difícil aprender a ajudar ao próximo. Com apenas 12 anos, após a morte do meu pai, assumi um cargo de muita responsabilidade, auxiliar minha mãe Zeneida, na educação dos meus 5 irmãos. Uma missão deveras difícil para a minha idade. E assim, um pouco obrigada pelas circunstâncias me tornei adulta cedo. E daí por diante, os meus passos e a minha vida foram direcionadas ao cuidado e zelo por meus irmãos. Florescendo, assim em mim, o espírito de disponibilidade e de altruísmo. Quando comecei a trabalhar, ao receber o ordenado reservava um pouco para dar aos mendigos que encontrava na rua. Tempo passando, casei e ajudava sempre que possível a quem nos procurava pedindo roupas; remédios e algo para comer. Gostava muito de arrumar a nossa casa com enfeites de diversos modelos e, construí um considerável número de peças como louças de várias tipos; garrafas coloridas; bibelôs; copos de tamanhos diversos; coleções de xícaras etc. Mas, chegou um determinado tempo que a tarefa que me dava muito prazer começou a me enfastiar, e pensei: "agora, o que vou fazer com tanta coisa? Jogar fora, não!" Foi quando me veio o estalo para preparar um bazar. Contei com a ajuda de várias pessoas amigas, familiares e como deu certo. Três instituições foram contempladas em espécie do valor arrecado. Uma forma gratificante que descobri de ajudar ao próximo. Querendo fazer mais uma doação pra valer, expus à venda, a coleção de papai noel em 2019. E nesse ano de 2021 consegui vender e anunciei para o conhecimento de todos vocês a venda. Toda boa ação tem uma resposta favorável, como diz, minha irmã, Analuce, "conspira para o bem!". As pessoas que compraram residem no Crato e foi através da indicação de uma amiga e ex-aluna, Sônia Alcântara, muito amiga e sabedora das coleções que Neuma e Neuma Cristina fazem, falou pra elas sobre a coleção que eu estava vendendo. Amigas e amigos, observem os nomes, e vieram conhecer. Conversa vai, conversa vem, e Neuma Cristina contou que o seu pai tinha trabalhado com Daniel na Coelce e que o nome dele, era Daniel. O coração palpitou aceleradamente, como? Falei!... É sim, eles trabalharam juntos. Pensei, grata Deus por tudo. E as negociações deram certo. Com as determinações do governo, de "ficar em casa", o meu projeto não foi praticado logo, de comprar cestas básicas, fraldas, material de limpeza etc. Pensei, e agora como fazer para distribuir? Quero executar o mais rápido possível essa minha ação. Aproveitando o momento da Semana Santa, tempo de partilha e doação, encomendei onde faço as minhas compras. 20 cestas básicas, E ontem, 5ª feira Santa, finalmente fui entregar.
Levei doações para o Albergue Sagrada Família; abrigados 70, Bairro Tiradentes; Casa da Esperança, Rua do Ancião, abrigados, 14; Lar Fraterno Irmã Sheila, Rua Luís Karimai, Bairro Novo Juazeiro, abrigados, 18; Abrigo dos Idosos, Rua São José, abrigados, 70; Centro Terapêutico Marcello Candia, Bairro Profª Maria Geli Sá Barreto, abrigados, 8; Casa do Idoso José Bezerra, Rua Pedro Cruz Sampaio, Bairro Juvêncio Santana, 58 abrigados, levei fraldas e não cestas básicas; Centro de Convivência Bem Aventurada Dulce dos Pobres; contribuição na conta; Comunidade de Evangelização Fonte de Vida que trabalha com jovens, Rua São Luiz, 244, na conta; O Semeador, escola que no momento não está funcionando, mas ajuda aos pais carentes, entreguei cestas e para o Mosteiro Nossa Senhora da Vitória, cestas para distribuir com os necessitados carentes, que residem próximo.
Como sou feliz em ter vc como irmã! Ao longo dos anos compreendo e vejo os seus passos firmes e fortes sempre no caminho do bem. Seu reflexo me toca e eu recebo com muita gratidão. Tenho orgulho e amo muito você. Bjooooss
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