A VOZ DA MÃE DA NAÇÃO ROMEIRA, IRMÃ ANNETTE, SILENCIOU

 

                         E QUEM É ELA?

                         Em um vídeo, assim, ela se expressou: "Sou Irmã Annette Dumoulin, de origem belga e missionária da Congregação de Nossa Senhora Cônegas de Santo Agostinho. Vim ao Brasil acompanhada de Ir. Ana Teresa, brasileira, que estava lá em minha cidade em estudos por dois anos. Em conversa, nós duas, descobrimos que postulávamos dos mesmos ideais e que desejávamos desenvolver um trabalho de pesquisa no Nordeste. Resolvemos  aportar no Brasil e a cidade escolhida foi Recife, que já desenvolvia um trabalho junto às Comunidades Eclesiais de Base, tendo como Dirigente, Dom Hélder Câmara. Alugamos uma casa simples, em um bairro na periferia de Recife. E por obra de Deus, que chamo carinhos, tivemos uma vizinha, dona Maninha, que nos recebeu com carinho, daí surgiu logo uma amizade. Na casa de dona Maninha, existia um poster enorme na parede, de um senhor de batina preta e que despertou-nos a atenção. Então, lhe perguntei: "Quem é? A resposta veio imediata, é o santo do Juazeiro. Pedi que nos contasse a história. Após a conversa, nos interessamos em conhecer Juazeiro do Norte, e, nisto, surge o convite para passarmos dez dias para nos inteirarmos um pouco da história do Padre Cícero e das Romarias in loco. Então, em 1973, chegamos à terra abençoada do Padre Cícero para vivenciar um pouco do misticismo da cidade. Fomos recebidas por Padre Murilo de Sá Barreto, vigário da Matriz de Nossa Senhora das Dores e do seu auxiliar, Padre José Alves de Oliveira. Ciceroneadas, visitamos as igrejas, à cidade do Crato, conversamos com o povo, com os devotos, com os romeiros e, ficamos encantadas com a riqueza da fé que encontramos e, como disse dona Maninha: "Juazeiro é uma terra santa". A cidade, as suas características nos fizeram ficar por dois para aprender, pesquisar e preparar um bom material como subsídios. Acontece, que resolvemos ficar não só por dois anos, mas ficar para sempre. No início elaboramos um cronograma de estudos ou de atividades e nos colocamos à disposição da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, para fazermos um assentamento dos romeiros. E como este trabalho foi pródigo, conseguimos cadastrá-los por cidades, estados, por sexos, idades etc."  

                         Ela ao lado de Ir. Ana Teresa desenvolveram muitos trabalhos na área da educação como as criações das escolas, O Semeador e O Poço de Jacó. Oficina para os artesãos, loja para venda dos seus produtos. Uma padaria instalada no Semeador. 

                          Teve participação efetiva em Congressos, Seminários; na elaboração dos documentos para serem enviados para Roma com relação à Reabilitação do Padre Cícero, com o bispo Dom Fernando Panico, com Maria do Carmo Pagan. Recebeu vários títulos, homenageando-a; título de cidadã juazeirense. Na Rádio Padre Cícero junto com o prof. José Carlos dos Santos, apresentava um programa semanal, à Sombra do Pé de Juá, de grande audiência. Muitos livros escritos sobre o Padre Cícero. Orientava trabalhos acadêmicos. Dava entrevistas aos jornalistas, aos estudiosos sobre o Padre Cícero e os seus amados Romeiros. É difícil enumerar todo o legado que deixou. Porém, uma coisa é certa sem a menor sombra de dúvida, ela sentia-se feliz e amava demais esta cidade, que a acolheu e a recebeu e, que ela se doou de corpo e alma à causa da polêmica Padre Cícero e a Beata Maria de Araújo.    

                             Vez por outra ligava pra ela, para uma pequena conversa, para saber sobre a sua saúde e ao atender, ela dizia: "Como vai querida Nelma (sotaque)! Respondia-lhe: "Estou indo na graça de Deus!" Ela ria, com aquela risada sonora, de quem sempre está com alegria e dizia-me: "Você é uma pessoa muito forte, você tem dado para muitas pessoas um testemunho de ser uma mulher de fé. Vejo algumas postagens suas e fotos ao lado de Daniel, e sei que é difícil, mas sinto uma tranquilidade, uma aceitação que transmite o amor eterno de vocês. Muito bonita a sua postura. 

                               No início deste ano, enviei-lhe uma mensagem falando sobre amor, intitulada Campanha "Eu te amo". Sua resposta: "Maravilha! Daniel cuida de você lá do céu, tenho certeza disso... O amor não morre!"

                                Digo agora para a senhora, o seu amor à Terra Santa do Juazeiro, ao Padre Cícero e a Beata Maria de Araújo não morrerão, porque o seu amor é eterno.

                                                             Este  cântico fala de sua alma: 

                          "Eu deixei pai e deixei mãe, deixei todos os meus irmãos e cheguei no Juazeiro para servir ao romeiro". 

                            No dia 22 deste mês, sexta-feira, ela alçou voo para o Céu.  

      

       

                            

                                  

~                                                       

                      

             

                                   

                                            


 

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