CARTA DE RECONCILIAÇÃO DO PADRE CÍCERO GERA POLÊMICA
“O Padre Cícero é um cruciante ponto
de interrogação”. Esta frase dita por Monsenhor Azarias Sobreira, autor do
livro Padre Cícero, o Patriarca de Juazeiro, no século passado, permanece atual
e cada vez mais oportuna.
Durante muito tempo, principalmente
nos livros, Padre Cícero foi sempre analisado obedecendo a uma invariável
dicotomia de juízos diametralmente opostos: de um lado, sendo atacado com
radicalismo por quem não lhe reconhece nenhum valor; de outro, sendo exaltado
com exagero por quem lhe confere muitas qualidades.
Ultimamente, porém, depois que os
cientistas sociais passaram a estudá-lo, sua figura real começou a ser
delineada dentro de uma nova ótica de observação e análise. E, ao que tudo
indica nessa nova visão Padre Cícero é mostrado com os defeitos comuns aos
homens normais e as virtudes inerentes aos homens extraordinários. Tudo dentro
da lógica, conduzido sem paixão, para que, um dia, quem sabe, ele finalmente
deixe de ser, usando a expressão de Padre Azarias Sobreira: um cruciante ponto
de interrogação.
Tudo na vida do Padre Cícero gera
polêmica. É assim desde que nasceu. Agora surge uma nova polêmica justamente
porque surgiu um fato novo na sua história. E mais uma vez tem a Igreja como
protagonista. É a tão propagada carta de sua reabilitação com a Igreja que para
alguns historiadores deve ser catalogada no arquivo com o nome de “suposta”, o
mesmo que arquiva o milagre da hóstia. Assim, para muitos historiadores Padre
Cícero é um suposto santo, um suposto líder, um suposto milagreiro e agora um
suposto reconciliado. Sua via crucis parece não ter fim e ele
mesmo, já
antevia isto quando disse: “Tomei o propósito, desde o começo desta
enorme perseguição contra mim, de entregar tudo a Deus e a Nossa Senhora das
Dores e não me defender de coisa alguma”.
Diante dessa polêmica que a carta de
reconciliação do Padre Cícero gerou podemos intuí que ela virou polêmica por
vários motivos, alguns dos quais mencionamos a seguir:
1) Não é um
decreto da Congregação para doutrina da fé
2) Não foi
assinada pelo Papa
3) Não traz
explicitamente a palavra reconciliação
4) Não foi
notícia na imprensa oficial do Vaticano
5) Ela foi
conseguida pelo esforço do bispo D. Fernando ancorado no estudo da comissão que
ele nomeou para elaborar e enviar o processo de reabilitação histórica e
eclesial do Padre Cícero.
Parece que este último ponto está bem
explícito no bojo das discussões que se dissemina na imprensa e nas redes
sociais, dando a entender que agora o foco da questão polêmica não é mais o
Padre Cícero e sim, o bispo da diocese do Crato. E isto é fácil de
perceber, quando a gente vê os nomes dos defensores e dos contestadores da
agora (lamentavelmente) famigerada carta de reconciliação.
Se a discussão prosperar por este caminho ficará evidentemente pessoal e
não levará a lugar nenhum, e não trará contribuição histórica importante para a
biografia do Padre Cícero.
Por isso, no intuito de oferecer
alguma contribuição para estancar as animosidades, mas sem intenção de
participar de nenhum dos grupos antagônicos que a questão gerou, ousamos fazer
as seguintes ponderações:
1) O fato de
ser uma carta e não um decreto isto parece ser de somenos importância
2) Não ser
assinada pelo Papa é irrelevante, pois o cardeal que a assinou tinha
credenciais para representar o pensamento de Sua Santidade sobre o assunto]
3) A palavra
reconciliação não está explica, mas os argumentos contidos induzem a tal porque
as virtudes do Padre Cícero foram evidenciadas, sua pastoral foi elogiada e as
romarias foram exaltadas como sendo bons frutos.
4) A
imprensa oficial do Vaticano não divulgou o assunto, mas também não se
pronunciou até agora condenando quem divulgou a carta como sendo de
reconciliação.
5) Mesmo que
traga constrangimento a alguns historiadores, Dom Fernando tem, sim, algum
mérito nessa questão, pois foi ele quem fez oficialmente o pedido de
reconciliação histórica e eclesial do Padre Cícero à Congregação para a
doutrina da fé, mesmo tendo recebido argumentos contrários apresentados por
figuras do clero, algumas delas da sua diocese.
Diante do exposto, vamos deixar de
lado essa polêmica boba e infrutífera; vamos aceitar a carta como sendo mesmo
de reconciliação, afinal o Vaticano não contestou que assim pensa; vamos vibrar
com a carta pois ela é um documento que reconhece virtudes do Padre Cícero;
aprova sua pastoral; o tem como exemplo a ser seguido e exalta as romarias; foi
escrita com autorização do Papa como manifestação expressa do seu pensamento e
por fim, vamos todos dar graças a Deus pelo Padre Cícero que temos.
Então,
cantemos juntos: Viva meu Padim, via meu Padim, Cícero Romão.
E chega de
polêmica besta que não leva a nada.
Daniel Walker
O professor, o escritor, o jornalista, o historiador o que fez em boa parte de sua vida? Escreveu vários livrinhos, opúsculos e livros sobre a história do Santo do Nordeste, Padre Cícero Romão Batista, que posteriormente foi aclamado como o Cearense do Século. Foram muitas horas dedicadas à pesquisa e ao estudo a fim de escrever e colocar para o público fatos, depoimentos e fotos do grande fundador e benfeitor da grande Metrópole, Juazeiro do Norte, Capital do Cariri.
Publicações
E no dia 20 de agosto de 2022, sei que ele vibrou e aplaudiu junto com Padre Murilo, Dona Assunção Gonçalves, Dr. Geraldo Menezes Barbosa, Ir. Annette e Ir. Ana Teresa, Prof. Raimundo Araújo, Dona Quininha Santana e muitos e muitos que já se encontram na Morada Eterna, ao anúncio de Dom Magnus Henrique, que a partir desta data, o Padim Padre Cícero é aclamado como SERVO DE DEUS a caminho da BEATIFICAÇÃO.
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